terça-feira, 29 de junho de 2010

BIOGRAFIA - Claudia Zippin Ferri



PRÊMIOS E PUBLICAÇÕES:

O Grande Concurso (1º lugar no Prêmio André Luiz, São Paulo, 2001) e Briga de Bruxas, pela Editora Mundo Maior; “Tatuagem”, conto classificado em 3º lugar no 37º Concurso Literário de Contos de Paranavaí; “Redenção”, poesia classificada em 3º lugar no I Prêmio de Poesias Augusto dos Anjos, Rio de Janeiro; Olhar de Ternura, menção honrosa no I Concurso Guemanisse de minicontos e haicais(Teresópolis/RJ); Focinhos, poesia classificada em 1º lugar no IV Concurso de poesia e prosa da SPPA (Piracicaba/SP); Terra Seca, poesia classificada em 1º lugar no concurso on-line: ‘Água: fonte de vida’, dos Poetas Livres de Florianópolis; e As rosas não choram, conto classificado em 3º lugar no Prêmio Cataratas/2007, em Foz do Iguaçu; com a poesia “Grito de uma alma ou deturpando Camões”, obteve Menção Honrosa no Concurso de Poesia e Crônicas Prêmio Mendonça Junior (Maceió/Alagoas 2008); “ODILA”, conto classificado em 5º lugar no FEMUP/2008, de Paranavaí.Membro acadêmico com o título de "NEÓFITO DA ORDEM"


Poesias:


TERRA SECA

Terra seca, olha para o céu cinzento

E ora, clamando por água;

Não lembras do que é a água?

Então chora e observa as lágrimas,

Que lembram da vida de outrora

Quando esse solo continha água;

Quando da água jorrava vida.

Terra seca, olha para os galhos da árvore morta

E lembra da vida que ela abrigava

Ouve o silêncio que um dia era canto

Ouve o encanto que se quebrou,

Destroçado pela lâmina fria

De uma serra mentirosa

Que prometia fortuna

Mas só morte semeou.

Terra seca, ora pelos homens sedentos

Que trocaram a vida e a água

Por um punhado de ouro

Por um futuro de enganos

Por uma vida de sede

Por um planeta sem cor.

Terra seca, chora lágrimas de amor,

Rega o coração dos homens

Que hoje, sedentos na dor,

Trocariam toda fortuna,

Por um planeta com água

Por água, vida e amor.

1º lugar no Concurso Literário “Água: fonte de vida”

Do Grupo de Poetas Livres

Florianópolis/2007


Homenageando Clarice (Lispector)

Estrela Clarice, que nos ilumina,

há trinta anos, você partiu,

o mundo mudou, você não imagina,

então ouça, linda menina:

Disco e vitrola não existem mais,

hoje ouvimos CDs, MP3, MP6,

mas seria tão bom ter Vinicius outra vez.

Alpargatas e Congas, nem pensar,

usamos tênis que um salário não pode comprar,

mas andar de pés no chão, ainda é tudo de bom.

Namoro no sofá não existe mais,

os jovens preferem ficar,

mas no fundo só querem amar,

nos moldes antigos que não voltam mais.

Bebês são concebidos em provetas,

depois de insosso contrato legal,

mas não há nada melhor e mais gostoso,

que a velha e primitiva conjunção carnal.

Ah... como o mundo mudou...

quanta estrela partiu, quanta vida voltou,

mas nós mulheres somos as mesmas

santas, pecadoras e deusas,

estrelas cadentes, mas imortais,

e você, querida Clarice,

é isso tudo, e muito mais.


FOCINHOS

Ah, se as pessoas soubessem o que há por trás de um focinho,

Focinho úmido, geladinho,

Preto, marrom, desbotadinho,

Simples e lindos focinhos.

Ah, se as pessoas soubessem o valor de um focinho,

Focinho medroso ou metido,

Focinho manhoso, carinhoso,

Simples amigos focinhos.

Ah, se as pessoas tivessem ao menos um focinho,

Não sobre o próprio rosto,

Mas em carne, pelo e osso,

Fonte pura de carinhos.

Ah, se as pessoas protegessem os focinhos,

Focinhos que vivem sozinhos,

Amores desperdiçados; focinhos amargurados,

Focinhos pra todo lado.

Ah, se as pessoas conhecessem os focinhos,

Quanto amor, quanto carinho,

Anjos peludos, sem narizinhos.

Anjos fofos atrás de focinhos.

Ah, se eu pudesse ver todos os focinhos,

Amados e acolhidos,

Crianças da criação, anjos de bem querer,

Focinhos em plena evolução.

Ah, se as pessoas soubessem,

Quanto amor e dedicação,

Quanta vida, quanta paixão,

Quanto vale o amor de um cão.

Ah, se eu pudesse mostrar para todos, o valor de um focinho,

A gratuidade de um carinho,

O que existe de verdade,

Por trás de um simples focinho.


SIMPLESMENTE BRUXA

Acusam-me de ser bruxa,

De ser amiga da lua,

Conversar com as estrelas

De dançar na terra, nua.

Apontam-me por ser louca,

De tecer textos em cores

Tricotando letras sentidas

Neste mundo de horrores

Reprimem em mim a Afrodite

Por sentir desejos insanos

Por poder amar sem limites

E viver prazeres mundanos

Sou maga, tecelã e deusa

Reprimida e condenada

Sou bruxa, mulher, depravada

Mas, pelas santas sou invejada.



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