sábado, 2 de março de 2013

Livro: O Livro da Saudade, Leontino Correa

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Contracapa



Neste dia 28 de Fevereiro de 2013, o ar estava calmo, arejado, parecia estar preparado para a poesia, e estava.
Na cidade de Porto Feliz, SP apresentou-se na Casa da Cultura um livro com o nome de "O Livro da Saudade" do grande experiente poeta Leontino Correa, conhecido como o "Poeta das Ruas" por vender as suas poesias para quem passar em seu local...
O livro é  composto por 39 paginas, um livro pequeno para bolso, mas poderosamente enriquecido de pura palavras do sertão e de vida pessoal.
As poesias de Leontino refletem sua vida, seus momentos importantes, histórias de homens simples que figuram em toda parte do Brasil. Mas Leontino, em sua humildade, não sabe dizer o que lhe inspira, de onde vem tantas palavras, rimas e métricas. "A inspiração? Eu não sei de onde vem, parece que vem da alma. Será que sou um receptor de alguma coisa que vem do espaço? Será que foi o ar que respirei na hora que nasci?", questiona o senhor de uma cara boa, desses que parece ter um sorriso colado no rosto.

Uma das Poesias escritas por Leontino Correa, a qual vende pelas ruas...


BIOGRAFIA




Nasceu no dia 17 de dezembro de 1929, na Fazenda do Senhor Antônio de Melo, no Canta Sapo, em Porto Feliz. Lá viveu parte de sua vida, que ao todo teve somente dois anos de período escolar. Aos 11 anos, aos domingos, trabalhou na roça e como carroceiro em usina de cana-de-açúcar para comprar os primeiros pares de sapato. Aos 15 anos, aos domingos, trabalhou na roça para comprar um terno e um violão, pois era interessado nas serestas da madrugada. Quando atravessa algumas noites em cantoria, ao voltar para casa, encontrava sua mãe temendo por sua proteção e o pai bravo porque acreditava que "tinha valor o homem que capinava e que montava burro chucro".

Aos 25 anos, Leontino mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como office-boy e balconista. Apaixonou-se pela primeira vez. Ela era filha da proprietária da casa onde morava. O namoro aconteceu às claras da mãe da namorada, viúva; e às escondidas dos irmãos da garota. Leontino, saudosista, revela os segredos daquele tempo. "Ela me levou à praia. Foi a primeira vez que vi o mar." Mas as noites de calor que passavam no Largo do Arouche foram descobertas. "Eu era um jeca e os irmãos dela me olharam como um cachorro." Decidiu então pelo mais difícil e pelo que ele julgava ser o melhor para mulher que amava: terminou o namoro, voltou para o interior e fez de tudo para tirar o amor do coração - até mesmo fez uma cruz de madeira de seu tamanho com a qual caminhou, posta no ombro, de Capivari até Pirapora do Bom Jesus. "Fiz promessa para esquecê-la. Mas não funcionou."

Ele foi seguindo sua vida em São Paulo e enquanto exercia várias funções - fazia e vendia esculturas em madeira e mármore - começou a trabalhar numa marmoraria. Casou-se pela primeira vez aos 39 anos. "Ela tinha 17. Depois de um tempo foi embora e eu criei nossos quatro filhos." Muitos anos se passaram até que ele conheceu Mileide, com que se casou e teve mais dois filhos, atualmente com 8 e 3 anos. Mileide, conta Leontino, "pra você ver como é a vida", tinha se casado com um homem mais novo e não tinha tido filhos do primeiro casamento. A família da nova esposa estranhou a diferença de idade entre ela, agora com 46 anos, e o poeta, mas depois de conhecê-lo acabaram aceitando bem o casamento.

A família de Leontino mora num sítio em Piedade, onde planta pé de mandioca, pimentinha, feijão e abobrinha. Vive com a aposentadoria de Leontino, com o que tira da pequena roça e com o que ele ganha das poesias. "Foi uma loucura o que eu fiz. Logo eu vou morrer e essa mulher vai ter que criar esses dois meninos com a ajuda do meu sogro, que é 16 anos mais novo do que eu. Minha esposa diz para eu não me preocupar que Deus encaminha tudo."Quando chegou em Sorocaba Leontino arrumou emprego numa marmoraria e suas habilidades com esculturas em pedras o levaram até uma obra de restauro no altar da Catedral Metropolitana.

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